
A Baixada Maranhense tem quase 18 mil km². É uma imensa planície
inundada no norte do estado, onde o vai e vem das águas muda a paisagem
dia após dia e a natureza brota entre rios e lagos. A região representa o
maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste.
Radiografia da Baixada Maranhense
A atual divisão microrregional fixada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), estabeleceu que a Baixada Maranhense é
formada por 21 municípios: Anajatuba, Arari, Bela Vista do Maranhão,
Cajari, Conceição do Lago-Açu, Igarapé do Meio, Matinha, Monção, Olinda
Nova do Maranhão, Palmeirândia, Pedro do Rosário, Penalva, Peri-Mirim,
Pinheiro, Presidente Sarney, Santa Helena, São Bento, São João Batista,
São Vicente Férrer, Viana e Vitória do Mearim.
Assim, de acordo com o IBGE, os municípios de Cajapió, Bacurituba,
Bequimão e Alcântara não integram mais a microrregião geográfica da
Baixada Maranhense. A partir de 1990, passaram a fazer da microrregião
do Litoral Ocidental Maranhense, ao lado de Mirinzal, Central do
Maranhão, Guimarães, Cururupu, Cedral, Porto Rico, Serrano do Maranhão,
Bacuri e Apicum-Açu.
Situada às margens do Golfão Maranhense, ostentando características
naturais extraordinárias e diferentes ecossistemas, a Baixada Maranhense
foi transformada em Área de Proteção Ambiental, por meio do Decreto
Estadual nº 11.900, de 11 de junho de 1991.
Os principais rios da Baixada: Aurá, Maracu, Mearim, Pericumã, Pindaré e Turi.
Os principais lagos: Aquiri, Cajari, Capivari, Coqueiro, Formoso, Itans, Lontra, Maraçumé e Viana.
Os principais peixes: acará, acari, aracu, bagrinho (anojado),
cabeça-gorda, calambanje ou carambanja, camurim, carrau, cascudo, corró,
curimatá, jandiá, jeju, lírio, mandi, mandubé, muçum, pacu, pescada,
piaba, piau, piranha, pirapema, sarapó, solha, surubim, tapiaca, traíra e
viola.
As principais aves: bacurau, carão, colhereiro, garça, gavião
caramujeiro, guará, gueguéu, graúna, jaburu, jaçanã, japeçoca, juriti,
lavadeira, maçarico, marreca, mergulhão, pato-do-mato, pescador,
pirulico, siriquara, socó e tetéu.
As principais plantas: aninga, arariba, arroz-do-campo, caçu,
canarana, cantã, capim-açu, capim-de-marreca, gameleira, gapéua,
guarimã, jeniparana, junco, jurubeba, mata-pasto, mururu,
orelha-de-veado, taboa, titara e tripa de vaca.
As principais atividades econômicas: pesca de subsistência,
agricultura familiar, pecuária extensiva, piscicultura, caça,
extrativismo vegetal (babaçu) e pequenas criações (galinhas, patos,
porcos, ovinos, caprinos etc).
Técnicas de pescaria: camboa, choque ou socó, curral, espinhel,
gadanho, landruá, malhadeira, manzuá, matapi, paris de talos, pesca de
litro (piabas), pesca de anzol (linha e caniço), pesca de fojo, pesca de
ganzepe, puçá, rede de arrasto, tapagem, tarrafa e zangaria.
Gastronomia típica da Baixada: arroz de jaçanã, bagrinho da região,
catraio ao molho pardo, ceia de bagre, galinha caipira, muçum guisado,
pato ao molho pardo, piaba frita com farinha d’água, torta de jabiraca,
traíra cozida ou frita e queijo de São Bento.
De resto, em razão da sua biodiversidade muito rica, a Baixada
Maranhense tem importância estratégica para o equilíbrio da natureza em
nível mundial.
Pôr do sol nos campos alagados da Baixada Maranhense neste fim de período. A foto foi captada pelo repórter cinematográfico e fotógrafo, Jardel Scot, no povoado Galega, em Viana, com auxílio de um drone.
Locado na região dos Lagos da Baixada Maranhense, Galega fica distante seis quilômetros da sede de Viana.
Mais imagens de Galega, produzidas por Jardel Scot
Galega vista do alto
Embarcação Campos alagados
Mais a Baixada Maranhense Também tem graves problemas
A despeito dos seus encantos e belezas naturais (que a tornam
potencialmente rica), a Baixada continua bastante desassistida pelas
diversas esferas governamentais. Embora detenha um abundante potencial
hídrico nos meses de abril a agosto, o drama da escassez de água ainda é
o principal tormento das comunidades baixadeiras no segundo semestre de
cada ano.
Nesse contexto, existe um pormenor que diferencia substancialmente a
Baixada das outras regiões pobres do Maranhão: as medidas para melhorar
as condições de vida do seu povo são baratas, simples e de fácil
resolutividade. Só depende da vontade política dos nossos governantes,
no sentido da construção de barragens, açudes e canais que promovam a
conservação da água doce em nossos campos.
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