Antonio Lopes da Cunha e Raimundo Lopes da Cunha eram irmãos, naturais
do município de Viana, baixadeiros de boa cepa e se notabilizaram no
Maranhão e no Brasil no campo das letras e das ciências. Eram filhos do
ex-governador e desembargador Manoel Lopes da Cunha.

Antonio Lopes nasceu no dia 25 de maio de 1889 e
faleceu, em São Luís, em 29 de novembro de 1950. Graduou-se em Ciências
Jurídicas na Faculdade de Direito de Recife, em 1911. Ao regressar a São
Luís, o ilustre vianense logo conquistou destaque no universo cultural
da cidade, tornando-se um dos fundadores da Faculdade de Direito, em
1918, ao lado de Fran Paxeco, Henrique Couto, Domingos Perdigão e
outros, na qual lecionou filosofia do direito. No Liceu Maranhense
exerceu a cátedra de literatura, geografia, sociologia, filosofia e
francês.
Na vida pública ocupou, ainda, os cargos de
intendente de São Luís, juiz de direito, sócio-fundador do Instituto
Histórico e Geográfico do Maranhão e membro da Academia Maranhense de
Letras. Foi um dos fundadores da Associação Maranhense de Imprensa e seu
presidente. Jornalista consagrado na imprensa maranhense, trabalhou em
vários jornais de São Luís. Dentre as suas diversas obras destacam-se: Presença do romanceiro; História da imprensa no Maranhão e Alcântara – subsídios para a história da cidade.

De sua vez, Raimundo Lopes da Cunha nasceu no
dia 28 de setembro de 1894 e faleceu no Rio de Janeiro em 8 de setembro
de 1941, próximo de completar 47 anos de idade. Era bacharel em Letras.
Chegou a cursar até o quarto ano de Direito, mas optou por dedicar-se à
pesquisa científica, sobretudo à etnografia, etnologia, arqueologia,
história e sociologia. No Liceu Maranhense, lecionava Geografia e
História do Brasil. Foi membro da Academia Maranhense de Letras,
do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Sociedade de
Geografia do Rio de Janeiro.
As primeiras pesquisas arqueológicas e antropológicas
sobre as estearias (espécie de palafitas) do lago Cajari foram
desenvolvidas por esse eminente cientista vianense, que descobriu, ali,
as ruínas de uma cidade lacustre e os vestígios de uma antiga
civilização que habitava esse lago.
Com apenas 17 anos escreveu a sua obra-prima: “O
torrão maranhense”, brilhante ensaio de geografia humana, que no futuro o
consagraria como renomado cientista. Dentre os seus inúmeros trabalhos
publicados, merecem destaque: As regiões brasileiras; Entre a
Amazônia e o Sertão; O Homem em Face da Natureza; Ensaio Etnológico
sobre o Povo Brasileiro; Pesquisa Etnológica sobre a Pesca Brasileira no
Maranhão e Antropogeografia.
Texto de Flávio Braga, Presidente de Honra do Fórum da Baixada. Fontes de pesquisa: site da
Academia Vianense de Letras, “História de um menino pobre”, de Sálvio
Mendonça e “Minha vida, minha Luta”, de Travassos Furtado.
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